O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) prorrogou por mais 30 dias a prisão do padrasto do menino Pedro Lucas que está desaparecido há três meses em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Segundo a Polícia Civil, que fez o pedido de prorrogação, o objetivo é possibilitar uma investigação sem qualquer tipo de interferência do suspeito.
Em nota enviada para a reportagem no dia da prisão de José Domingos, a defesa dele informou que ainda não teve acesso integral ao processo e das provas colhidas durante toda a investigação. O advogado Felipe Mendes disse que o cliente “sempre negou o cometimento de quaisquer crimes contra seu enteado e colaborou com a investigação, apresentando-se ao delegado de polícia todas as vezes que foi intimado”.
A liberdade nos depoimentos de testemunhas pode ser cabalmente atingida com a liberdade do acusado além de poder frustrar totalmente eventual encontro do corpo do menino” explicou o delegado responsável pelo caso Adelson Candeo.
José Domingos, de 22 anos, foi preso preventivamente no dia 8 de dezembro. Ele é apontado pela Polícia Civil como o principal suspeito do desaparecimento do enteado de 9 anos. “A prisão temporária é uma prisão voltada à investigação e ela foi decretada justamente para impedir qualquer tipo de óbice causada no deslinde da apuração do caso pela Polícia Civil”, afirma Adelson.
Relembre o caso
Pedro Lucas Santos foi visto pela última vez no dia 1º de novembro. Segundo as investigações, o menino saiu de casa, levou o irmão mais novo até a escola e seguiu para a escola em que estudava, onde assistiu às aulas. Após isso, o menino só foi avistado por câmeras de segurança, andando próximo à casa da família
Investigações
Uma testemunha disse à polícia ter visto o padrasto de Pedro Lucas com uma mala no dia do seu desaparecimento. Uma amiga do menino também contou em depoimento que a relação dele com o padrasto não era boa.
O padrasto dele odiava ele, o Pedro ficava chorando lá no canto do quarto dele. O Pedro me falava que o padrasto era chato, feio e ele nunca queria ter ele em sua vida. Eu sei que o padrasto e a mãe dele batia nele de cinto porque eu via as marcas nas costas dele”, disse a menina.
Buscas
Uma força-tarefa formada por agentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, com apoio da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica foi montada para investigar o desaparecimento de Pedro Lucas e tentar localizá-lo. As buscas concentraram-se, a princípio, em uma região de mata próximo a casa do garoto. Cães farejadores foram usados para identificar o cheiro do menino, mas sem sucesso.
Após dois meses de buscas, a PC-GO encontrou uma ossada de criança dentro de uma mala, em uma região de mata. Porém, o laudo da perícia revelou que os restos mortais pertencem a outra criança.
Fonte: G1