A simbologia e o colorido das Cavalhadas de Pirenópolis tomaram conta do Plenário Iris Rezende, na noite dessa quarta-feira, 10. Homenagem foi proposta pelo deputado José Machado (PSDB), com o intuito valorizar as festividades e dar visibilidade à preservação das tradições culturais e religiosas, bem como para o fortalecimento da identidade goiana e estímulo ao turismo local.

A mesa dos trabalhos foi conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto (UB), e fizeram parte: o propositor da solenidade, deputado José Machado, e sua esposa, a médica Annalice Centurion Machado; o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) e Imperador da Festa do Divino Espírito Santo, Thales Jayme; a presidente da Associação das Mulheres de Carreira Jurídica do Estado de Goiás, Sônia Caetano Fernandes; o cavaleiro rei Cristão Adail Luiz Cardoso; o cavaleiro Rei Mouro Inácio Rosicler de Pina; a presidente da comissão pirenopolina de folclore, Sefora Eufrasia de Pina; o representante da Câmara Municipal do município, vereador Mozarto Machado; e o cidadão pirenopolino Luan Olímpio Mesquita.

A abertura da solenidade foi feita pela centenária Banda Phoenix, da cidade de Pirenópolis, que executou o Hino Nacional Brasileiro e, em seguida, o Hino do Espírito Santo. Também se apresentou a Banda de Couro de Pirenópolis, para uma plateia que lotou o plenário e as galerias. Além das tradicionais Pastorinhas, outro símbolo marcante da festa, que fizeram uma pequena exibição, mostrando, mais uma vez, a força da tradição cultural do município.

Em seu discurso, José Machado ressaltou a importância da tradição do que ele classificou como “uma das mais belas e significativas manifestações culturais e religiosas do país, que reflete a fé, a esperança e a diversidade cultural do povo goiano”. E relembrou um pouco da memória do evento, que remonta ao século 18.

O parlamentar sublinhou que a Festa do Divino Espírito Santo é uma celebração de devoção, que reúne elementos religiosos e profanos em uma programação repleta de celebrações católicas e apresentações folclóricas.

As Cavalhadas têm sua origem nas representações medievais, nas lutas entre mouros e cristãos, uma tradição trazida pelos colonizadores portugueses, adaptada e incorporada à Festa do Divino Espírito Santo.

Segundo Machado, o esforço para preservar as tradições é, também, uma forma de valorizar a identidade cultural do povo goiano. “É fundamental valorizarmos a Festa do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas de Pirenópolis, como legado de nossa história. Uma expressão genuína de nossa fé e cultura. O coração de cada goiano se enche de alegria e emoção ao presenciar as festividades que unem gerações e fortalecem nossos laços comunitários e familiares.”

O deputado citou outras manifestações da cultura pirenopolina, como os grupos que se apresentaram na solenidade, além dos tradicionais Mascarados, que também abrilhantam as Cavalhadas.

O Reinado de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e o Juizado de São Benedito foram citados como exemplos da diversidade e riqueza culturais de Pirenópolis.

José Machado ressaltou o caráter econômico do evento, realizado anualmente no município, que leva turistas e visitantes a Pirenópolis e movimentam o comércio e os serviços, gerando empregos e riqueza para a cidade.

Ao fazer uso da palavra, o vereador pirenopolino Mozarto Machado lembrou de outras tantas manifestações culturais de grande relevância, como a Folia e as novenas do Divino Espírito Santo. Em nome da Câmara Municipal da cidade, Machado agradeceu a iniciativa e afirmou que em poucos lugares, ele viu tantos pirenopolinos reunidos fora da cidade, o que demonstra a importância e o reconhecimento dos munícipes à homenagem feita pelo deputado.

O cavaleiro rei Cristão, Adail Luiz Cardoso, também subiu à tribuna para explicar todo o simbolismo das Cavalhadas. Ele convidou os presentes a conhecerem a beleza das festividades. “A nossa festa é muito bonita. Eu convido a todos a estarem nos dias 28, 29 e 30 de maio, em nossa Cavalhada”.

Em seguida, o deputado entregou a 16 pessoas, o Certificado do Mérito Legislativo em reconhecimento à importância cultural e histórica para o Estado de Goiás.

Após a entrega das honrarias, o Imperador da festa do Divino Espírito Santo, Thales Jayme, fez uso da palavra. Ele descreveu os eventos e expressões que compõem a festa, ressaltando a Cavalhadinha, que é realizada pelas crianças, e que segundo Thales, é o momento que faz a transição para as novas gerações, dos valores culturais, “tão caros para o povo pirenopolino”.

Segundo Jayme, a Festa do Divino Espírito Santo envolve todas as famílias da cidade, que contribuem, de alguma forma, com um ou outro evento. E falou ainda de todas as atribuições do Imperador da festa, cuja casa vira o centro da organização de toda a celebração.

Por fim, ele também agradeceu a homenagem recebida. “Agradeço em nome de toda família pirenopolina, essa felicíssima iniciativa. É um momento de alegria para todos nós.”

A festa

Inspiradas nas tradições de Portugal e da Espanha na Idade Média, a Festa do Divino Espírito Santo é a maior manifestação popular de Pirenópolis, que mantém as tradições com expressões religiosas e profanas. As Cavalhadas fazem parte dessa festa, realizada sempre no mês de maio ou junho, próximo ao Dia de Pentecostes.

O espetáculo tem como palco o Campo das Cavalhadas, também conhecido como Cavalhódromo, que fica localizado no Centro de Pirenópolis. A grande atração é a representação da luta medieval entre mouros e cristãos. Também faz parte da festa As Pastorinhas, peça teatral com moças que contam a história do nascimento de Jesus.

A encenação é apresentada após a Festa do Divino Espírito Santo, quando dois exércitos, contendo 12 cavaleiros cada, se apresentam, durante três dias, para um público de milhares de pessoas. Reconhecida como uma das mais significativas cavalhadas do Brasil, essa festa virou símbolo e modelo para outras cidades. A pompa, a garbosidade e a seriedade desta manifestação envolvem toda a população.

Os homenageados da noite

Aristófanes Pompeu de Pina

Aspásia Maria Pina Jayme – Pastorinha

Deuzuíta de Almeida

Eudes Pina Forzani – Banda Phoenix

Eustak Figueiredo – reinado

Fabíola Pompília de Pina – congo

Jenivaldo de Sá – Banda de Couro

João Carlos Zeni – representante da paróquia

Jorge Luiz de Pina Melo – embaixador mouro

Luiz Armando Pompeu de Pina – cavaleiro antigo

Maria Divina Tocantins Zeni – representante da paróquia

Nilze Jacinto da Silva

Rouseveltt D’abadia Camargo – folia

Suelena Carneiro Caetano Fernandes Jayme – imperatriz

Wellington Alves de Bastos – folia

Welygton Rodrigues Leite

Agência Assembleia de Notícias