Daniel Alves, 4 anos, é uma criança autista que aguardou o ano inteiro para encontrar o Papai Noel pela primeira vez. Ele estava muito animado para a visita, mas o “bom velhinho” simplesmente se negou a recebê-lo, em um shopping na cidade de Valparaíso, Entorno do Distrito Federal. “O Papai Noel só virou e falou não, que não teria foto”, afirma Angélica Alves, mãe do menino.
“Ele ficou balançando a mão, tipo para eu levar o Daniel, para sair com ele e me retirar. Foi isso que eu fiz. Eu peguei o Daniel, muito sem graça porque eu não teve como, eu não tive esforços para debater, não tive esforço para procurar ninguém”, continua a mulher.
Angélica conta que só teve real noção do que ocorreu quando chegou em casa. Ela decidiu entrar em contato com a ouvidoria do Shopping Sul no último domingo (18/12) e, ao saber do ocorrido, o estabelecimento demitiu imediatamente o personagem. Daniel também foi convidado a voltar no shopping para finalmente ter sua foto com o novo papai noel.
O Daniel faz terapias, faz os tratamentos dele e nunca na vida que eu imaginei que um personagem pra criança pudesse fazer isso com ele. Então, a gente ficou muito triste mesmo, mas fiquei contente pelo fato de o shopping ter tomado as dores e ter atendido a gente”.
Na fila, a mãe explicou para todos a situação: “Contei para o pessoal da fila que o Daniel é autista. Ele fica um pouco agitado, ainda mais quando fica feliz. […] Nisso, eu falei que ele é autista pro Papai Noel”. Mesmo sabendo disso, o homem não quis tirar nenhuma foto com o menino e pediu para a próxima criança se aproximar.
TEMPO DE ESPERANÇA
O ocorrido não abalou a esperança da família no futuro de Daniel. Eles pretendem voltar ao shopping e realizar o sonho natalino do garoto: “Espero de coração que, nos próximos natais com Daniel, ele possa ficar à margem de preconceito”.
“É muito dolorido você ver o seu filho sendo rejeitado. Eu senti o meu filho rejeitado e isso me doeu muito. Eu sei que eu vou presenciar, mas eu, de coração, espero que não, sabe? Eu quero meu filho inserido na sociedade como uma pessoa normal, como uma criança normal”, ressaltou Angélica.
Fonte: Metrópoles